quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Xangô
Senhor da Justiça que se faz pela Misericórdia!
Kaô!





São Jerônimo, sincretizado com Xangô na Umbanda

Na Umbanda, as cores de Xangô são o marrom e amarelo-ouro. Ele bebe cerveja preta e tem sua morada e o seu altar na rocha, de preferência onde haja também uma cachoeira. Seu axé está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.
É o Orixá da justiça, da retidão, do equilíbrio e determinação, que abomina os mentirosos, os ladrões e os bandidos. Recorrem a ajuda de Xangô os injustiçados e os aflitos, tanto fisicamente como espiritualmente. Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão.

Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade. Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Uma casa atingida por um raio é sinal de descontentamento de Xangô com algum de seus moradores, que deve fazer oferendas para acalmá-lo.

É sincretizado com São Jerônimo, devido às representações do santo nas quais aparece com um leão aos pés, símbolo de realeza para os africanos.

Referências Editar

Pierre Fatumbi Verger, Orixás: deuses iorubás na África e no Novo Mundo. São Paulo: Corrupio, 1981
Reginaldo Prandi, Mitologia dos orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
Rita Amaral & Vagner Gonçalves da Silva, "Cantar para subir - um estudo antropológico da música ritual no candomblé paulista" [1]
Juana Elbein dos Santos, Os Nagô e a Morte. Petrópolis: Vozes, 1975

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Amanhã, quarta-feira, Programa Ori, "o programa que faz a sua cabeça!"
www.ori.net.br
      ou pela
Rádio Metropolitana AM, 1090.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

                                      Lançamento do livro Capa de Veludo:7 de fevereiro de 2012.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

OUTRA CEIA - GRUPO PURA TENTAÇÃO


O Universo nos convida diariamente para participar da Ceia da Vida. Deus é essencialmente Bom e Democrático: oferece aos filhos de nosso Planeta-Escola a possibilidade de escolher de que forma podemos participar desta Ceia. Creio ser este o papel da diversidade de crenças em nossa caminhada terrena.
Paz e Luz sempre!





quarta-feira, 18 de janeiro de 2012



  Um tumbeiro corta os mares do Atlântico: nele, enxergo a luz dos olhos de meus antepassados. Há dor e revolta no olhar daqueles homens e mulheres negras. Há a chama da fé que os sustentará nas terras da madeira em brasa.
  Os tambores tocam o Agabi. Uma gargalhada ecoa, separando a terra do mar. O fogo consome o vento e faz a areia secar. É Exu que vem chegando, fazendo questão de mostrar que o mundo dá muitas voltas para Tempo governar.
  Os tambores ecoam nas tribos africanas. Ogum ouve e dança a sua dança de guerra. Corta o ar com sua espada forjada no fogo do vento e arrebanha seus soldados. Iemanjá oferta ajuda:é boa estrategista, conhece todas as cabeças humanas, é a mãe de todos os oris: irá equilibrar o confronto. Ordena que as ondas conduzam o exército de Ogum.
  Os tambores tocam agora o ritmo Alujá. Xangô ouve e chama seu Ojuobá. Fica sabendo por ele que reis e rainhas foram capturados. Apanha seu machado duplo. De sua boca sai o fogo sagrado. Sua ira transforma-se em trovões que se fazem ouvir no mar. Iemanjá e Ogum ouvem a voz de Xangô. Sabem que ele irá se juntar ao grupo. Esperam. Xangô ordena que os tambores ecoem o Ilu, o Oguele e o Ijexá. Yansã toma a ira do marido como sua. Transforma-se em vento e decide segui-lo. Obá e Oxum juntam-se à comitiva de Xangô. Seguem para o mar.
  Em Tapa, os tambores tocam o Opanijé. Omolu ouve. Olha para o céu e para a terra. Pressente a morte rondando seu povo. Os tambores avisam que o exército dos orixás está em alto mar, indo em direção a terras desconhecidas. Omolu examina sua cabaça, apanha seu xaxará e participa à família de sua decisão: também guerreará por seu povo. Nanã, Oxumarê, Ewá e Ossãe juntam-se a ele.
  Os tambores tocam o Aguerê. Oxóssi ouve. Apanha seu ofá: usará sua única flecha para lutar pela libertação de todos os filhos de Odé.
  Ogum recebe a todos com alegria. Tem pressa em começar sua guerra. O mar se debate enfurecido: Iemanjá não quer mais esperar. Omolu interfere. Faltam mais Orixás. Yansã aumenta o vento que empurra o exército para frente, aproximando-o da costa brasileira. Xangô chama seu Ojuobá, pede que ele relate tudo que vê.
  O exército se agita em direção ao tumbeiro. Um negro tenta fugir. Homens brancos acertam-lhe com a chibata, fazendo-o sangrar.
  Os orixás saúdam Exu novamente.
  Iemanjá pede cautela e orienta que todos fiquem rondando o Brasil: é preciso conhecer aquele povo antes de qualquer ação. Os Orixás afeiçoam-se dos brancos. Neste momento, chega o último guerreiro de Olorum e, sobre as terras brasileiras, estende o seu Alá. Os orixás congratulam-se: havia chegado Oxalá.

                          TRECHO DO LIVRO CAPA DE VELUDO
                                     Jeaney Calabria
                                   Ditado por Veludo